Firmina - Memória dos povos do campo alia arte a acervos museológicos
Oi, pessoal, tudo bem? Nosso destaque na Firmina de hoje é uma matéria da Isabelle Rieger (que também é redatora da news) sobre os pontos de memória dos povos do campo. No último edital do governo, mais de 200 pontos de inscreveram, mas apenas 60 foram premiados com recursos, o que demonstra a falta de apoio dessas iniciativas, que também vem sofrendo ataques.
Semana que vem a Firmina faz uma pausa. Voltamos dia 22!
Um abraço e bom carnaval,
Thaís Seganfredo
editora
Liberdade artística
A história de uma comunidade também existe em como ela consegue manter sua memória. É isso que fala Bárbara Matias, indígena da etnia Kariri e doutoranda em Artes pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Sua fala ecoa o conceito de museologia social, que tem como cerne “a defesa de que o museu seja apropriado como uma ferramenta de uso comunitário e participativo, para que as pessoas pesquisem, compreendam, salvaguardam e divulguem suas próprias histórias nos seus próprios termos”, de acordo com o Ibram. O Nonada ouviu representantes de povos indígenas, quilombolas e do campo que mantêm museus, memoriais e pontos de memória em seus territórios. (Nonada)
A Pinacoteca do Ceará sofreu ataques e foi alvo de fake news nas redes sociais. O caso ocorreu quando uma vereadora publicou um vídeo afirmando que a exposição “Se Arar” estava expondo crianças ao erotismo. A Lupa checou os fatos e apurou que a exposição tem restrição de acesso a menores de idade, que só podem frequentar o espaço na companhia de adultos.
Mais de 100 blocos de Carnaval foram cancelados em São Paulo este ano. À Folha, os organizadores dos grupos relataram dificuldade de captar recursos e falta de diálogos com a prefeitura.
Liberdade religiosa
As 216 peças roubadas em 1912 de terreiros em Alagoas durante o maior ataque na história do Brasil a religiões de matriz africana podem ser finalmente tombadas este ano como patrimônio cultural brasileiro pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O crime foi cometido por disputas políticas da época. “De forma geral, as peças estão preservadas. A gente está falando de estatuetas representativas de orixás, de instrumentos musicais, indumentárias, objetos e insígnias. São mais de 40 braceletes e pulseiras”, descreve o acervo o historiador do Iphan Maicon Marcante. (Agência Brasil)
No Distrito Federal, a praça dos orixás foi depredada dias antes da Festa das Águas, que ocorre no dia 2 de fevereiro em homenagem à Iemanjá. No ataque, foi incendiado o monumento dedicado ao orixá Ibeji. Até o momento, não há indícios sobre a autoria do crime. (Brasil de Fato)
O babalorixá Pai Emerson teve seu culto interrompido por denúncia de perturbação de sossego feita por vizinho e foi levado em camburão por policiais militares. Ele também foi proibido de utilizar seu eketé, indumentária religiosa. Em entrevista à Revista Afirmativa, Emerson detalha o episódio: “O vizinho que me denunciou foi na moto dele e eu fui no camburão como se eu fosse um marginal. Moro aqui na comunidade há sete anos e nunca ocorreu um episódio desse em minha casa, nunca tive problema com a polícia, nem com outros vizinhos”.
Liberdade educacional
Em Porto Alegre, uma associação de professores diz que a formação de professores da educação básica da Secretaria Municipal de Educação valida o conceito de racismo reverso. A posição da pasta é que houve falha na interpretação do enunciado. Já entidades voltadas à proteção dos direitos dos professores e dos alunos repudiaram a inserção do conteúdo. O professor e diretor da PNE Consultoria de Projetos e Negócios Étnico-raciais, Juliano Guedes, afirma ao Brasil de Fato que o caso demonstra que a importância do letramento racial é tanta, que inibiria iniciativas afrontosas como essa da Prefeitura Municipal de Porto Alegre.
Em São Paulo, estudantes relatam dificuldades em suas formações escolares após a adoção do sistema do Novo Ensino Médio. A mudança curricular, em tese, possibilita aos alunos escolher itinerários formativos relacionados às carreiras que pretendem seguir ao ingressar no ensino superior. No entanto, escolas apresentam problemas de infraestrutura e falta de professores. Na prática, para alguns estudantes paulistas, mesmo com a escolha das trilhas de aprendizagem, quem escolhe suas matérias é o Estado. Isso interfere diretamente na autoestima dos jovens e em seu desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). (Agência Mural)
Episódio do Café da Manhã, podcast da Folha de São Paulo, fala sobre saúde mental nas escolas. A volta às aulas coincide com a implantação da Política Nacional de Atenção Psicossocial nas Comunidades Escolares. Analistas dizem que é necessária uma maior promoção de políticas públicas relacionadas à saúde mental, já que proliferam casos de bullying em colégios, que podem escalar para eventuais ataques com armas de fogo. (Spotify)