Firmina - “A travestilidade é pedagógica”, diz a arte-educadora Shion L
Para a arte-educadora do MAM-Rio Shion L, “ a travestilidade é uma produtora de novas epistemologias e é, por consequência, pedagógica”. Shion enxerga o setor educativo como lugar de pensamento crítico e criação. É, por isso, que frequentemente realiza projetos em que convida artistas e públicos a fazerem coisas pela primeira vez. Em entrevista ao Nonada Jornalismo, a historiadora menciona a visão histórica que se tem no país sobre o educativo como um setor apenas ‘executor’.
Na Firmina de hoje!
Um abraço,
Thaís Seganfredo (editoria)
Isabelle Rieger (redatora)
Liberdade artística
No livro Descolonizar o Museu, Françoise Verger fala da necessidade de se perguntar “Por que não?” em instituições de arte para que mudanças estruturais aconteçam. A arte-educadora e artista Shion L faz diariamente essa pergunta dentro do Museu de Arte Moderna do Rio De Janeiro, onde trabalha para que o setor educativo seja integrado a outras áreas. Ela enxerga o setor educativo dos museus como produtor de conhecimento, e como lugar de pensamento crítico e criação. Em entrevista à repórter Anna Ortega, ela falou sobre sua atuação na arte-educação e o sistema das artes visuais. (Nonada)
Pela primeira vez, trabalhadores da cultura se reuniram em uma conferência para debater direitos da categoria em uma Conferência de Cultura. O encontro ocorreu na semana passada e foi uma das etapas preparatórias para a Conferência Nacional da Cultura, marcada para março. A principal questão trazida pelos participantes foi a necessidade de uma aposentadoria voltada para os fazedores de cultura, a exemplo do que já ocorre em países como França, Alemanha e Uruguai. (Nonada)
Liberdade religiosa
Em Franca (SP), um babalorixá teve seu culto interrompido por denúncia de perturbação de sossego feita por vizinho e foi levado em camburão por policiais militares. No Boletim de Ocorrência registrado pela polícia, os agentes de segurança relataram que, após bater na porta e nem ouvir resposta, resolveram entrar no imóvel. No entanto, a ação foi considerada “truculenta” e “violenta” pelas testemunhas que estavam no local. Ainda, o pai de santo denuncia que foi obrigado a ingressar na viatura com um eketé, indumentária religiosa. (Ponte Jornalismo)
Em Porto Alegre (RS), uma estátua em homenagem à Oxum, orixá que rege as águas doces e protege as crianças, foi vandalizada na Semana do Dia Nacional do Combate à Intolerância Religiosa. A obra foi tombada como patrimônio histórico cultural da cidade em 2023 e foi pichada com os dizeres de “pagão” e “Cristo vive”. “É um exemplo bem claro de intolerância religiosa”, destaca Mãe Nilza de Xangô Agodô ao Matinal Jornalismo.
Também na capital gaúcha, na última segunda-feira (22), ocorreu a XVI Marcha Estadual pela Vida e Liberdade. Reunindo representantes de diversas religiões, movimentos sociais e parlamentares, o evento foi precedido pelo Seminário Desafios Globais: Construindo Pontes para a Paz e Justiça na Terra. “O seminário foi importante porque a gente estava trazendo o tema não só do racismo religioso, mas também da paz das religiões e a paz mundial. E também abordamos a saúde do planeta”, afirma o babalorixá no Ilê Asé Iyemonjá Omi Olodô e coordenador nacional da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde (Renafro), Baba Diba de Iyemonjà ao Brasil de Fato RS.
A ONG Criola lançou esta semana o relatório “Panorama geral do contexto de racismo religioso no Brasil”, que faz parte do Projeto Racismo Religioso e Redução da Violência e Discriminação contra Praticantes de Religiões Afrodescendentes no Brasil. O estudo tem como objetivo apresentar os dados de violações dos direitos de culto ao ar livre das religiões de matriz africana, assim como apontar estratégias de resistência e mobilização. O relatório pode ser acessado aqui.
Liberdade educacional
Apenas 0,3% dos estudantes das instituições de ensino federais se declaram pessoas trans, travestis ou não binárias. Um levantamento da Agência Pública mostrou que apenas duas das universidades federais das capitais oferecem vagas específicas para pessoas trans: a Universidade Federal da Bahia (UFBA), que adotou o sistema em 2019, e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que adotou ano passado. Outras três universidades estão com as cotas em fase de implementação.
Para o Dia da Visibilidade Trans, 29 de janeiro, a Porvir ouviu três educadores de ensino básico que encontram em práticas pedagógicas guiadas pela diversidade maneiras de fugir da exclusão de pessoas trans do ensino superior. Além do trabalho dos professores, a escola precisa acolher os adolescentes LGBTQIAP+ e trabalhar conjuntamente com a família para o bem estar dos alunos.