Firmina - Professora é ameaçada após corrigir desinformação de aluna sobre Alexandre de Moraes
Firmina - Professora é ameaçada após corrigir desinformação de aluna sobre Alexandre de Moraes
Oi, pessoal, tudo bem? Por aqui seguimos com a cobertura sobre a perseguição política a educadores e trabalhadores da área da cultura e educação, que tem se intensificado nos últimos meses. Desta vez, uma professora foi ameaçada só porque corrigiu uma desinformação que uma aluna colocou em sua redação. A estudante havia escrito que o ministro do STF Alexandre de Moraes “acabou com as leis”.
Também destacamos a censura ao projeto Mundoteca, em Canoinhas (SC), depois de um vídeo gravado pela prefeitura da cidade - baseado em fake news - no qual ela joga livros em uma lata de lixo.
Um abraço,
Thaís Seganfredo
editora
Liberdade educacional
Uma professora de uma escola pública do Distrito Federal foi ameaçada pela mãe de uma aluna após corrigir sua redação. O Metrópoles conta que a aluna escreveu que o ministro do STF Alexandre de Moraes havia acabado com as leis no Brasil. Depois de ser corrigida pela educadora, que explicou que só o Legislativo teria a atribuição de criar leis, a aluna ligou para sua mãe, que disse que não aceitaria que a filha fosse ‘doutrinada’ e que ‘esfregaria o celular na cara’ da professora.
Um colégio de Pinhais (PR) afastou um professor da rede pública suspeito de apologia ao nazismo, racismo e xenofobia. Segundo a Polícia Civil, informada pela Abin, o professor investigado compartilhava conteúdo disseminando conteúdo de ódio em suas redes sociais e foi alvo de mandado de busca e apreensão nesta semana. (G1)
O governo Federal propôs um reajuste de 9% em 2025 aos servidores da Educação, que estão em greve, mas o Sindicato Nacional dos Servidores da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) afirma que a proposta é “irrisória e decepcionante”. (Agência Brasil)
Liberdade artística
A prefeita de Canoinhas (SC) e pré-candidata à reeleição publicou um vídeo nas redes sociais em que joga livros em uma lata de lixo e critica um projeto cultural que criou uma biblioteca na cidade. A prefeita fez um discurso para a câmera, afirmando que o projeto Mundoteca, financiado pela lei Rouanet, induz as crianças e adolescentes "a coisas que não é (SIC) dos valores que a gente acredita". Ela também afirmou erroneamente que o projeto é um programa do Governo Federal. Por fim, a prefeita pediu para outros prefeitos de municípios que também recebem o projeto realizarem um "pente fino" nos livros distribuídos. (Observatório de Censura à Arte)
Liberdade religiosa
Gerou debate a mensagem que a cantora Ludmilla veiculou durante seu show no Coachella. Um recorte no telão trazia a frase “só Jesus expulsa o Tranca Rua das pessoas”, seguido de uma pessoa pisando em uma oferenda. A jornalista Flávia Oliveira explicou nas redes porque Ludmilla foi acusada de intolerância religiosa por tantas lideranças de religiões de matriz africana: “Toda escolha é política, incluindo as artísticas. É a realidade da rua? Então, cadê o contraditório, que está nos muros também? Artista nenhum é obrigado a militar contra a intolerância. Não incitar é dever. “Vendeu” supremacismo religioso no show, sim. Devia se desculpar. Convém não subestimar nem nossa inteligência nem nossa História. O povo de axé lidamos com intolerância religiosa há muito tempo, meio milênio, mais ou menos.” Resumindo: a liberdade de expressão tem limite onde há discurso de ódio.
Em nota, Ludmilla, que é evangélica, disse que a frase foi tirada de contexto. “Esse vídeo foi feito por uma fotógrafa/videomaker negra e periferica, para que tivesse um olhar de dentro para fora! Não me coloquem nesse lugar, vocês sabem quem eu sou e de onde eu vim. Não tentem limitar para onde eu vou. Respeito todas as pessoas como elas são, e independente de qualquer fé, raça, gênero, sexualidade ou qualquer particularidade de que façam elas únicas”.
A Igreja São Jorge, em Porto Alegre (RS) foi ameaçada após ter divulgado ato inter-religioso que unia a religião católica com religiões de matriz africana. O ato ecumênico foi realizado em devoção a São Jorge e Ogum.
A prefeitura de Salvador (BA) vai desapropriar uma construção irregular que ameaçava a integridade do Terreiro da Casa Branca, considerado o mais antigo do Brasil e tombado como patrimônio cultural pelo Iphan. (G1)
Extra
20 anos de ATL, as vitórias e derrotas dos indígenas por demarcação. Reportagem especial da Pública.
A serpente costura os mundos: conheça significados das cobras para artistas e educadores indígenas. (Nonada)